terça-feira, 15 de janeiro de 2013




        Mais um conto meu... Este será publicado no livro "SE7E PECADOS", uma organização da escritora Miriam de Salles.


                                                           AVAREZA:

 Conheci um homem, rico fazendeiro, que era a imagem personificada da avareza. Se ia receber visitas, corria ao mercado e comprava um pacote de macarrão. Mas, se, por acaso, a visita não comparecesse, no dia combinado, ele devolvia ao mercado o pacote de macarrão comprado. Tinha muitos filhos, mas quando comprou uma caminhonete Pick-up, não deixou que nenhum deles aprendesse a dirigir, que era pra não gastarem gasolina. Mal terminavam a Escola Primária, os meninos pegavam na enxada, pra economizarem, não pagando lavradores de fora.. Assim fariam crescer o “bolo”. Acho até que "ele não deve ter servido o Exército, que era para não bater continência, o que lhe obrigaria a abrir a mão."
  Certa vez, encontrei esse homem, na farmácia, amparado por um filho. Tive pena dele. Perguntei-lhe se estava doente e ele me respondeu, com os olhos cheios de lágrimas, que estava com câncer, tinha dificuldade de locomoção, sentia muita dor, não conseguia mais dirigir a sua caminhonete Pick-up e, como não deixara nenhum filho aprender a dirigi-la e não havia nenhum motorista pras bandas de sua fazenda, era obrigado a caminhar a pé, até à farmácia,  já que não se aguentava em cima de um cavalo. Para tomar as injeções medicadas, na farmácia da cidade, caminhava a pé desde a sua fazenda, contando sempre com apoio de um dos filhos. Não sei como ele não pensou  na possibilidade de viajar numa charrete. Não me ocorreu indagar-lhe isso, mas, com  certeza, ele não dispunha de uma e já nessa altura da vida não cogitava adquirir mais nada.
   Eu era cidadã daquele município, mas trabalhava numa outra cidade. Aparecia, por ali, em alguns feriados e durante as minhas férias, de sorte, que a última notícia que tive daquele homem, foi a de que havia falecido. O exemplo de avareza, que ele me deixou,  acho que me fez perdulária. Nunca consegui juntar dinheiro.
  Hoje eu encaro a avareza como o assombroso pecado do Capitalismo. O nome já diz: pecado capital. Tenho horror à avareza e vejo, pra meu desgosto, que  grandes grupos privados e públicos, no Brasil e no mundo, só querem fazer crescer  o seu “bolo”, em detrimento de uma classe trabalhadora, cuja força de trabalho é sempre vendida, para eles, a preço de banana.
  Não sei quando a avareza entrou no mundo, mas sei, que ela causa muitos danos a muitos, enquanto beneficia uma minoria exploradora.
  Entendo também, que precisamos nos libertar deste maldito pecado capital, se quisermos fazer de nosso Planeta Terra um lugar possível de se viver como irmãos que somos. Fora AVAREZA!
                                                                                               Maria Alice Lima Ferreira

4 comentários:

  1. AMOR PAGÃO

    Amor feito de chamas
    Que incendeia nossas almas
    Com o fogo das desilusões.
    Amor selvagem,
    Que nos fere sem machucar.
    Amor inocente,
    Que nos cega com decepções.
    Amor pagão,
    Sem compromisso de espera
    Sem trégua ou religião.

    *Agamenon Troyan

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    Respostas
    1. Parabéns, Fanzine Episódio Cultural! Belo poema! Bjs.

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  2. Obrigada Maria Alice pela visita ao meu Blogue. Gostei muito do seu conto. As pessoas colhem o que plantam... Parabéns!

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  3. Obrigada Dina Rodrigues pela sua visita, sua crítica construtiva e por estar me seguindo. Volte sempre. Bjs.

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Agradeço sua presença, sem ela não haveria motivos para eu escrever. Mas se pretende utilizar minha postagem, total ou parcialmente, peço que me informe. Obrigada!

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