Mais um conto meu... Este será publicado no livro "SE7E PECADOS", uma organização da escritora Miriam de Salles.
AVAREZA:
Conheci um homem, rico fazendeiro, que era a
imagem personificada da avareza. Se ia receber visitas, corria ao mercado e
comprava um pacote de macarrão. Mas, se, por acaso, a visita não comparecesse,
no dia combinado, ele devolvia ao mercado o pacote de macarrão comprado. Tinha
muitos filhos, mas quando comprou uma caminhonete Pick-up, não deixou que nenhum
deles aprendesse a dirigir, que era pra não gastarem gasolina. Mal terminavam a
Escola Primária, os meninos pegavam na enxada, pra economizarem, não pagando
lavradores de fora.. Assim fariam crescer o “bolo”. Acho até que "ele não deve ter
servido o Exército, que era para não bater continência, o que lhe obrigaria a
abrir a mão."
Certa vez, encontrei esse homem, na farmácia,
amparado por um filho. Tive pena dele. Perguntei-lhe se estava doente e ele me
respondeu, com os olhos cheios de lágrimas, que estava com câncer, tinha
dificuldade de locomoção, sentia muita dor, não conseguia mais dirigir a sua
caminhonete Pick-up e, como não deixara nenhum filho aprender a dirigi-la e não
havia nenhum motorista pras bandas de sua fazenda, era obrigado a caminhar a
pé, até à farmácia, já que não se
aguentava em cima de um cavalo. Para tomar as injeções medicadas, na farmácia
da cidade, caminhava a pé desde a sua fazenda, contando sempre com apoio de um
dos filhos. Não sei como ele não pensou
na possibilidade de viajar numa charrete. Não me ocorreu indagar-lhe
isso, mas, com certeza, ele não dispunha
de uma e já nessa altura da vida não cogitava adquirir mais nada.
Eu era cidadã daquele município, mas
trabalhava numa outra cidade. Aparecia, por ali, em alguns feriados e durante
as minhas férias, de sorte, que a última notícia que tive daquele homem, foi a
de que havia falecido. O exemplo de avareza, que ele me deixou, acho que me fez perdulária. Nunca consegui
juntar dinheiro.
Hoje eu encaro a avareza como o assombroso pecado do Capitalismo. O nome já diz: pecado capital. Tenho horror à avareza e
vejo, pra meu desgosto, que grandes
grupos privados e públicos, no Brasil e no mundo, só querem fazer crescer o seu “bolo”, em detrimento de uma classe
trabalhadora, cuja força de trabalho é sempre vendida, para eles, a preço de
banana.
Não sei quando a avareza entrou no mundo, mas
sei, que ela causa muitos danos a muitos, enquanto beneficia uma minoria
exploradora.
Entendo também, que precisamos nos libertar
deste maldito pecado capital, se quisermos fazer de nosso Planeta Terra um lugar
possível de se viver como irmãos que somos. Fora AVAREZA!
Maria
Alice Lima Ferreira
AMOR PAGÃO
ResponderExcluirAmor feito de chamas
Que incendeia nossas almas
Com o fogo das desilusões.
Amor selvagem,
Que nos fere sem machucar.
Amor inocente,
Que nos cega com decepções.
Amor pagão,
Sem compromisso de espera
Sem trégua ou religião.
*Agamenon Troyan
Parabéns, Fanzine Episódio Cultural! Belo poema! Bjs.
ExcluirObrigada Maria Alice pela visita ao meu Blogue. Gostei muito do seu conto. As pessoas colhem o que plantam... Parabéns!
ResponderExcluirObrigada Dina Rodrigues pela sua visita, sua crítica construtiva e por estar me seguindo. Volte sempre. Bjs.
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